MINISTÉRIO DO ANIMADOR

 

Os comentaristas e a participação do povo

O comentarista surgiu na época em que a liturgia era ainda celebrada em latim. Fazia as leituras na linguagem do povo, comentava explicando e introduzindo os vários ritos e momentos da celebração.

Esta função se tornou oficial pela Instrução de Música Sacra e Sagrada Liturgia (1958) e foi assumida no documento conciliar Sacrossantum Concilium 29. A introdução do Missal Romano, no nº 68 diz o que deve fazer o comentarista:

- propõe aos fiéis explicações e monições

- visando introduzi-los na celebração

- dispô-los melhor a entendê-la”

“Monições” é uma palavra que dificilmente encontraremos no dicionário, mas o sentido é o seguinte: um convite à oração, ao canto, à participação, a estar atento. Não serve para explicar, mas para motivar, provocar a participação da assembléia. É por isso que o termo “animador(a)” seja mais adequado.

Em que momentos da celebração o animador deve intervir? Não há regra geral. Cada comunidade, cada paróquia, cada celebração é diferente. Mas de modo geral, na missa por exemplo, o animador poderá intervir nos seguintes momentos: no início da celebração (antes ou depois do canto de entrada); antes da liturgia da palavra, criando um ambiente de atenção; antes de cada leitura; antes da aclamação ao evangelho; antes da liturgia eucarística, fazendo a ligação entre a liturgia da palavra e a liturgia eucarística (a não ser que o padre já o tenha feito na homilia); antes da comunhão, antes da bênção final, ligando a celebração com a vida.

O animador deve trabalhar em estreita ligação com o presidente da assembléia. Sempre que esta queira tomar a palavra, introduzindo alguma parte da celebração, o animador deve ceder-lhe este lugar e não fazer depois uma segunda introdução.

De que maneira o animador deve exercer seu papel? Ele deve criar um laço entre a assembléia e tudo o que acontece na celebração. Não de maneira ruidosa, chamando a atenção para si, mas de modo discreto, porém animado, convidativo. Não com palavras rebuscadas, complicadas, mas num estilo simples de conversação.

Por isso, jamais deve ler, mas conversar, dialogar, falar, olhando para a assembléia. É claro que pode ter um texto preparado, mas não pode “enfiar o nariz no papel” e ficar lendo! Deve preparar bem o conteúdo e depois falar com suas próprias palavras. Se não fizer assim, não conseguirá participação. E aí estará provavelmente atrapalhando mais do que ajudando.

Às vezes será preciso improvisar. Não se trata de falar só naqueles momentos previstos e depois “desligar”. Deve “sentir” a assembléia e quando perceber que está dispersa, inquieta, distraída, pode e deve – num momento adequado – intervir para tentar criar de novo o clima de oração e participação necessária para uma boa celebração.

Por isso, o animador deve ficar entre o presidente e a assembléia, como um ponto de união. Normalmente, não deve ficar na estante da palavra, pois esta fica reservada para os leitores.

O animador não deve falar muito. Não deve fazer pequenas “homilias”! Deve aprender a falar com poucas palavras, mas palavras cheias de significado. Quanto menor for a comunidade reunida e quanto mais preparada, tanto menos o animador deve falar.

Jamais deve “dar bronca” ou chamar a atenção de alguém pelo microfone. Deve levar a assembléia sempre pelo lado positivo. (Se alguém estiver atrapalhando muito a celebração, é melhor que a equipe de acolhimento se encarregue do caso, discretamente).

E os folhetos? O animador pode usar o texto oferecido pelos folhetos, mas deve adaptá-lo sempre a cada grupo reunido, a cada circunstância. Não pode se tornar um “leitor de folheto”.

 

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